vendredi 11 février 2022

O objecto das obras todas da cidade
Onde vivo sou eu. Os manobras e os pedreiros
Trabalham no meu corpo cansado.
Batem em mim o dia inteiro.

Homens das obras dão-me golpes de maceta
No peito. E espetam-me um picarete
Na cabeça, e pregos nas mãos.
Escritores também são artesãos

Mas eu sou um artista sem obra nem arte
Que começa os livros do fim
E escreve os sonhos que parte
E assina com um berbequim

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Gostas de escrever nas margens dos livros nas margens das folhas escritas das proprias cartas que escreves às pessoas caras tu es das margen...