Cada relógio é uma roleta
Fixada a um eixo com três ponteiros
E as nossas vidas são bolas pretas
Que rolam dentro o dia inteiro.
Jogamos o nosso tempo de vida
Com Deus e com o diabo
Na roleta do nosso fado.
As nossas mortes são a parada.
Quantas vezes deixaste passar a hora
Na roleta da tua história?
Desanda pela noite fora.
Resta-nos quê passada a hora?
Horas que jogamos, a tempo fuginte,
Resta o que resta da parada
Posta na mesa do passado,
Resta-te o lance seguinte.
Resta-te quê passada a hora?
A esperança,
a espera, os dias.
passada a hora
Resta-te quê? Desesperança...
Resta o que adias.
Passada a hora,
Resta a incúria dum agora
E o sentimento de vazio
Restam-te a pena os remorsos
E a lembrança dos esforços
tantos esforços, feitos para nada.
E o sentimento de inacabado
Que dói, que espremes, ansiando por outra vez,
E que te escorre nas veias
E que te escorre nas veias
Restam-te umas horas... talvez...
E a próxima jogada.
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