lundi 13 décembre 2021

 

Ha certas casas sem janelas
Nem portas. Sem um barulho.

Há nas paredes amarelas
A humildade do orgulho.

Há na dor da necessidade
A necessária solidão.
Não ser ninguém é a liberdade.
A liberdade é a multidão.

Vês um bando de aves sem asas
Que entram e saiem dos ninhos
Vês os copos dos homens rasos
De lágrimas e de vinho

O amor é uma ave de rapina,
Que apanha as pessoas nas ruas
Apanhas-as sempre duas por duas.
Vive numa gaiola pequenina.

Há um Rei que nunca dorme
No país do teu cansaço
Vives no seu olho enorme.
Não se fecha e a vida passa

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Gostas de escrever nas margens dos livros nas margens das folhas escritas das proprias cartas que escreves às pessoas caras tu es das margen...