vendredi 24 décembre 2021


Os pobres vivem de esperança,
vivem de espera e de tempo.

No fim quando lhes falta o tempo,
ficam a viver das lembranças
do que a vida lhes tirou e o tempo apaga.
do que a vida lhes deixou e o tempo estraga
e depois resta-lhes o esquecimento
para viver, e o presente. E mais nada.

Pobres aguardam sempre outrora, outrém.
Têm a paciência e o tempo que passa.
Tristes são as suas vidinhas comidas pela traça.
No fim não lhes resta nada e não foram ninguém.

Restam-lhes as oportunidades que perderam.
Restam-lhes os desejos frustrados e os remorsos,
e as lembranças dos esforços, tantos esforços
feitos para nada, e a dor que nunca esqueceram.

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire

Gostas de escrever nas margens dos livros nas margens das folhas escritas das proprias cartas que escreves às pessoas caras tu es das margen...